Este blog é sobre música.
Não é sobre um produto, não é sobre competição e não é sobre “uns” e “zeros”. Estou aqui para falar sobre aquela forte energia que nos mantém em movimento, sobre a essência da música, e a essência da música é mágica e simples. Tão simples quanto bater palmas, tão simples quanto tocar instrumentos imaginários, tão simples quanto tocar músicas bregas no violão em uma roda de amigos.
Música é aquilo que nos leva de uma realidade turbulenta a um lugar melhor, mesmo quando não estamos prestando atenção. Ela nos dá aquele sentimento tão poderoso que nós até conseguimos nos permitir ser nós mesmos.
Música é inspiração, música é cor, música é vibração, música é energia pura. Música é paixão, e foi isso o que me trouxe aqui, e provavelmente você também. E é para falar sobre isso que estou aqui – sobre a paixão pela música.
Business? Bem, é o que torna possível (e mais fácil) para todos nós ouvir e criar música, e eu estou aqui para contribuir para isso.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

“Beirutando na Praça”: redescobrindo a essência da música

A música fluindo naturalmente, pessoas que compartilham o mesmo gosto musical interagindo e trocando influências, uma comunidade toda formada por fãs de música que buscam ouvir e fazer música criativa e de qualidade, capaz de conectar pessoas ao redor do mundo, tudo para criar uma energia positiva e suprir a ânsia por experiências significativas. Essa é, acredito, a essência da música, e para aqueles que perderam a fé nessa essência, aqui está ela, ilustrada nessa maravilhosa iniciativa - Beirutando na Praça.
Incrível como a paixão pela música pode levar pessoas com determinação, talento e criatividade a realizar grandes coisas. A idéia que começou em uma conversa informal tomou forma através de uma discussão aberta em um grupo maior de pessoas que compartilham os mesmos valores e visão para trazê-la à vida. Com uma atitude muito positiva, esse grupo tem reunido fãs da banda Beirut em uma comunidade de pessoas que valorizam a boa música, encontrando uma nova motivação e melhores perspectivas e contribuindo para que outras pessoas também as encontrem.
No último domingo, 30 de agosto, o evento “Beirutando” aconteceu no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, como também em outros estados do Brasil – Rio de Janeiro e Minas Gerais, e a energia positiva estava tão contagiante que não só os fãs do Beirut ficaram maravilhados – ele também atraiu atenção de muitas pessoas que nunca haviam ouvido falar de Beirut, mas estavam apreciando profundamente sua música e o entrosamento do grupo (e provavelmente tornaram-se novos fãs do Beirut!) Os músicos, que estiveram ensaiando durante vários meses, fizeram uma apresentação fantástica tocando músicas do Beirut e interagindo com o público, o que gerou uma resposta muito positiva.
Eu tive a oportunidade de não apenas me juntar à comunidade e vivenciar essa experiência musical, mas também de presenciar o que há tempos tenho desejado ver no mundo da música: músicos que englobam o que eu chamo de “essência da música”:
-Paixão
-Criatividade
-Simplicidade
-Inspiração
-Empatia
-Sinceridade
-Energia Positiva
-Colaboração
-Comunicação

Se por um lado isso é algo bem difícil de encontrar, esse evento me deu maior esperança e perspectiva para continuar acreditando na música. A idéia era muito clara em minha mente, e vivenciá-la só fez crescer a vontade de contribuir para a formação dessa grande comunidade de pessoas que buscam encontrar sentido através da música – é dessa forma que o grupo que criou o “Beirutando” está espalhando a mensagem: a música pode conectar as pessoas.

Para saber mais sobre o “Beirutando na Praça” acesse:
http://beirutando.wordpress.com/
http://youtube.com/beirutando
http://myspace.com/beirutando
http://twitter.com/beirutando

Foto: Raquel Toth. Mais fotos acesse: http://www.flickr.com/photos/raqueltoth/?saved=1 E também: http://www.flickr.com/photos/juguinsani/sets/72157622200247186

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"...mas o quê, exatamente?"

Okay, estou ciente de que escolhi uma daquelas profissões que não são muito fáceis de explicar. Tenho a impressão de que dizer que trabalho com música não diz muita coisa, e muitas vezes nem mesmo dizer que trabalho com Gerenciamento e Produção Musical parece ser muito esclarecedor. De quando em quando alguém me pega com aquela pergunta "certo, mas o que exatamente você faz?", e apesar de já ter algumas respostas prontas para essa pergunta, eu sempre meio que sinto que a pessoa que perguntou não vai captar a idéia exata. Provavelmente porque não há uma definição "exata", um padrão de funções nem uma descrição de cargo para esse trabalho – pelo menos nada que eu já tenha ouvido pode descrever de maneira sucinta a grande variedade de papéis que um gestor artístico (ou empresário, se preferir) pode desempenhar.
Via de regra, nós desenvolvemos os negócios de acordo com a demanda e necessidades, através de personalização, flexibilidade e customização. Para ser mais clara, além de ser parceiro e amigo do artista, o empresário pode atuar como mentor, agente, consultor, analista, assistente, terapeuta, companhia para uma cerveja a até mesmo um pai se for necessário.
Nós temos, apesar disso, objetivos padrão: lutar pelo sucesso do artista, buscar o que é de seu interesse e para seu benefício, desenvolver e alavancar sua carreira musical – todos enormes desafios (porém extremamente motivadores – falo por mim mesma). Para alcançar esses objetivos, nós concentramos nossos esforços em remover as barreiras do caminho para que os processos possam fluir, intermediamos a comunicação entre as várias partes envolvidas, analisamos cenários para rastrear e criar oportunidades, aconselhando o artista sobre o desenvolvimento de sua carreira e de seus negócios, e isso tudo só para começar. Sem mencionar que nós também precisamos nos desenvolver continuamente para adquirir novas habilidades, usando a criatividade e reforçando nossa capacidade para lidar com marketing, estratégia, tecnologia, logística, relacionamentos profissionais, burocracia, assuntos legais e daí por diante. Entende por que é complicado explicar? A variedade de papéis é infinita, mas também assim são as possibilidades e oportunidades, e é isso que torna o nosso trabalho tão interessante.
Mas em paralelo à difícil tarefa de definir meu papel no mundo da música, devo confessar que há uma pergunta que para mim é muito mais difícil de responder: "por que você decidiu trabalhar com música?"
Bem, uma coisa que sempre tive em mente é que a escolha da minha profissão seria baseada na minha paixão. Já ouvi muitas pessoas dizerem que nunca trabalhariam com uma coisa pela qual elas são apaixonadas, com medo de que elas acabariam perdendo a paixão quando ela se tornasse uma obrigação. "Talvez isso faça sentido", pensei, "...ou não". Honestamente posso dizer que as pessoas mais bem-sucedidas e, o mais importante, as mais felizes que já conheci são profundamente apaixonadas pelo que fazem – seja música, negócios, ou qualquer outra coisa.
Não sei dizer ao certo quando descobri minha paixão pela música porque não consigo me lembrar de uma época em que ela não esteve presente, mas eu consigo sim me lembrar de dois momentos decisivos que me trouxeram até aqui. O primeiro foi quando decidi que queria - na verdade, precisava - viver para a música e ser envolvida por ela.
Sob o risco de parecer exageradamente sensível, preciso dizer que sou uma daquelas pessoas que precisam ver sentido em absolutamente tudo o que fazem, e eu percebi naquele momento que a música é o que traz sentimento à minha vida, assim como inspiração, motivação e, consequentemente, o sentido. Até então eu havia estudado bateria e guitarra e me divertido tocando em bandas (pelas quais, aliás, eu era realmente apaixonada), mas sendo extremamente seletiva e exigente quando se trata de criar música, eu sempre reconheci que meu talento para isso não seria grande o suficiente quanto o talento daqueles que criam músicas inspiradoras que transmitem paixão e sentimento. Mas ao mesmo tempo em que eu chegava a essa triste conclusão, eu estava certa de que minha forte paixão pela música estava me dizendo alguma coisa, e eu deveria continuar refletindo sobre quais deveriam ser as minhas contribuições para ela.
Então, depois de muito pensar, auto-avaliar e ponderar uma série de fatores, eu cheguei ao segundo momento decisivo, que foi quando ficou claro para mim que eu poderia – e deveria – juntar minha paixão pela música com minha aspiração e orientação para negócios e meu pensamento estratégico. Apesar de parecer um mundo louco esse da música e dos negócios da música, eu senti que esse era o caminho certo para mim, e aceitei o desafio.
Ao longo do caminho conheci muitos músicos que tinham verdadeiro talento para fazer boa música, e enquanto a dificuldade de entrar para a cena musical os levava a desistir, um por um, de seus sonhos de viver da música, eu sentia que deveria fazer algo para mudar esse cenário. E assim cheguei ao mundo da música, abraçando o trabalho de gerenciamento e produção musical e concentrando todos os meus esforços em tornar possível para músicos talentosos e criativos construir carreiras musicais de sucesso, assim como para nós, amantes da música, ouvir suas obras primas.